quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

A minha retrospectiva 2009

Estamos em 2010. Primeiros dias, primeiras semanas.
Alguns familiares ainda na cidade, com muitas visitas, muitas risadas, muitas lembranças.
Na minha rotina pessoal, mais uma vez, paro e penso. Paro (sem acento pela nova ortografia) e reflito. O que fiz e deixei de fazer em 2009?
Qual foi a minha retrospectiva?
E eu descobri que:
Ajudei muitas pessoas;
Dei muitas risadas;
Fiz novos amigos;
Perdi outros;
Viajei para lugares bonitos;
Viajei para lugares novos;
Cuidei de meu pai;
Ajudei minha mãe;
Fui amparada por eles;
Dei amor para meus sobrinhos;
Recebi muito amor de meus sobrinhos;
Arrumei um emprego novo;
Me mantive no emprego;
Recebi méritos por minhas conquistas;
Ouvi muitas críticas (a mim e a outros);
Ouvi muitos elogios;
Revi amigos que estavam distantes e matei minhas saudades;
Mudei de casa;
Mudei de rotina;
Tomei minhas pingas;
Levei meus tombos;
Fiz coisas moralmente errada;
Fiz coisas que queria;
Amei - todos os dias;
Fui amada - todas as horas.
Ah! Troquei de carro também, mas isso foi apenas a última novidade de um ano em que fiz tudo o que podia. Tudo o que queria.
Enfim, eu vivi.
Eu curti 2009.
E assim farei neste ano que se incia, quem sabe com a certeza de em 2011 estarei dizendo: "criei um blog e o tornei público".

sábado, 17 de outubro de 2009

Entre as leituras de blogs que fazemos rotinariamente, tenho um que sempre acesso. Uma amiga, colega de trabalho, colega de profissão, grande pessoa, que tem o blog: celiarenno.zip.net.
Estava então lendo quando vem o artigo por ela publicado:

"Diploma de jornalista?
No próximo dia 17, será lançada no congresso uma frente parlamentar para defender a exigência do diploma de jornalista para o exercício da profissão. Meus coleguinhas ficam arrepiados quando eu digo minha opinião sobre isso. Eu, jornalista formada já há exatos 20 anos, pela UFJF, sou contra que se obrigue o jornalista a ter diploma. É importante tê-lo para quem quer saber mais sobre a profissão, mas não defendo a idéia de que ele seja obrigatório. A comunicação social, especialmente o jornalismo, é uma atividade intelectual. Há técnicas sim para se comunicar bem, mas o que define um bom jornalismo vai muito além da técnica: ética, respeito, sensatez, justiça... não se aprende na faculdade. Pela minha experiência, posso afirmar com tranquilidade: aprendi mais sobre a técnica em 2 semanas de treinamento na Folha de São Paulo do que em 4 anos de faculdade.
Mas minha conduta como jornalista eu trouxe de vários lugares: de minha formação, de meu caráter, minha sensibilidade....... E isso não confere diploma.
Vocês acham que para ser escritor de ficção, para se fazer cinema, para se escrever poemas, letras de música, precisa-se de diploma?
Guardadas as diferenças dos ofícios, no fundo, as coisas são muito parecidas.
É isso!

C.Rennó"


[Maria Paula Feichas] [mpfeichas@gmail.com]
Então, eu sou um (a) desses (as) coleguinhas da Celinha que ficam arrepiados (as). Entendo o posicionamento dela ao dizer que é uma profissão intelectual, que exige muito mais do que técnicas. Mas não concordo. É preciso "ordem" na função de informar a população, é preciso regulamentação, é preciso responsabilidade. E eu acredito que sem o diploma essa responsabilidade corre pelos dedos. Acredito também que o escritor, o poeta, o músico, são qualificações extras, capacidades especiais dessas pessoas (que podem ser médicos, engenheiros, bombeiros e até jornalistas...). Só acho que a tarefa de informar, além de ter técnicas, tem responsabilidade social, por isso merece ser cumprida por profissionais. Mas mesmo assim se acharem que não merecemos o diploma de jornalista, peço que tirem também do psicólogo, do relações públicas, do publicitário, do terapeuta ocupacional, enfim, de todas as profissões que podemos julgar como "intelectuais".

08/10/2009 15:05



Pois bem. Parei, pensei e duvidei de mim se faria algum comentário. Já havíamos conversado sobre o tema, eu já sabia o seu ponto de vista...
Mas aquele espaço reservado a comentários de visitanes ficou me "chamando", ficou me cutucando para escrever. Resolvi escrever. Escrevi. E agora, apenas para que vocês também participem dessa reflexão sobre a exigência - e por que não importância? - do diploma do jornalista, coloco minha resposta à amiga, colega de trabalho, colega de profissão, grande pessoa...

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Educando meus pais

Estou aprendendo nos últimos dias que também educo meus pais. Não sei se a experiência é compartilhada por todos os meus amigos, ou parte deles, não sei. Não me importa. Mas estou certa: eu estou educando meus pais.
Tenho 27 anos, com pai aos 65 e mãe aos 62. As vivências que eles me contam são incríveis, são apaixonantes, mas as minhas também. Eles não entendem como encontramos beleza em tantas desgraças do mundo atual, mas é a minha época. Tenho relatos da minha mãe de que quando em sua comunidade (Fábrica de Armas) chegou a primeira televisão, a atração era pendurar na janela do morador que tinha a televisão e assistir. Ainda preta e branca. Eu não passei por isso, já nasci com televisão a cores.
Ela me conta também das paqueras, das cantadas. Tudo muito cheio de pudor. Lindo! Romântico! Mas não é o que eu vivi. Por isso às vezes tenho que explicar para minha mãe as atitudes dos namorados da neta ou da filha dela.
Meu pai já relata histórias de moralidade masculina. Histórias de como se deve tratar um filho. De como se portar na sociedade. Eu explico que tudo mudou. Explico que os netos não devem e não podem ser educados como ele foi - cheio de dureza, frieza e muito respeito. (Infelizmente até o respeito não é o mesmo)
Educo também quando peço para respeitarem o meu espaço, porque eu nasci em um tempo diferente do deles. Eu já tinha a televisão, o computador, a liberdade de ação. Foram eles que não tiveram! (Isso eles me contam).
Explico também que não existem comparações. Há compreensões. Eles têm que compreender, não comparar. Têm que conhecer os novos conceitos, não querer adaptar os deles. Prova disso foi minha mãe dizer que até o queijo parmesão era mais saboroso. Ela não pode comparar. O nosso industrializou. O dela era natural!
Eles também não tinha direito a demonstrar carinho. Demonstrar amor. O sentimento existia, bem forte, mas não era demonstrado. Hoje é menos intenso, até falso, mas é expressado.
Ensinei também que não somos cópias ou protótipos deles. Somos outros, somos próprios, apenas com o conhecimento que eles nos passaram. Absorvemos o que queremos!
Tento mostrar que somos uma nova geração... Talvez não nova, mas outra. Outra geração. Outras experiências.
E a minha satisfação é saber que meus pais entenderam. Captaram. E me ouvem. Eles mudaram muitas atitudes, minhas teorias. Eles estão respeitando, estão aprendendo, estão aceitando serem eduacados por mim.